segunda-feira, 11 de maio de 2009

QUEM TEM OLHO É REI

Me olho no olho e desde sempre
colho aquilo que escolho
E seco e molho o menino e as meninas dos olhos
E rio e choro acidentes fascinantes e desastres medonhos
Me olho no olho e desde sempre
Sou um cachorro sem dentes
Um pródigo sem nascente
Um protótipo inconseqüente
Um falso cão sem dono.
Me molho nos olhos
Mas no que transpiro
Também evaporo.
*
Mas te sussurrando ao pé do ouvido ao ombro do olhar: há algum muito tempo creio que de todas as canções que já escrevi, esta com música de Paulo Ciranda (abraço, Parceiro!) não sei de que data, é o meu maior espelho:

VÔO CEGO

Sei
Muitas vezes foi assim
Desisti ou fui por ir
Outras tantas nem tentei

Sei
Quantas chances que não vi
Fiz que não, fingi que sim
E no fim, nem...

Eu sei que deixei
A vida correr
Por todo esse tempo
Feito um projeto
Só de sobras de obras
Que nunca
Que eu me completo

Eu sei que voei
E a vida se fez
De nuvens de areia
Feito um deserto
Quantas vezes foi pra mim
Um vôo cego
Tantas vezes me perdi
Num vôo cego
Toda a vida é pra mim
Um vôo cego


p.s.: fico devendo o áudio.

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