sábado, 13 de junho de 2009


DIA DOS ENAMORADOS

Penso em escolher um presente, escutar uma canção, escrever um poema, estender um sentimento. Ou então escolher um futuro, escutar a solidão, escrever um epitáfio, estender os braços e tatear os sins e os nãos.
Penso que gosto mais de enamorados que de namorados. Porque namorados me soam como noivos, casados, compromissados. E não como encantados, envolvidos, amadores. Amadores do verbo amar, sem contratos. Sonhadores do verbo sonhar, sem dores.
Penso que mesmo os viúvos, os divorciados, os separados, mantém um vínculo mesmo que abstrato, com o totem de sua perda. Assim como namorados sustém amarras com seus ganhos, seus ídolos momentâneos.
Penso que enamorados talvez até tentem buscar outro enlevo, suposto maior, chamado amor. Mas tem em sua natureza a independência e o poder de serem fascinados e constantes e dedicados e rompantes, sem aliança mas com elo, sem toque tátil mas acarinhando seu zelo. E mesmo quando sem esperança, enamorados se bastam pois aquilo no que se miram, como um espelho, já faz parte de sua própria substância.
Penso que no próximo momento não vou pensar mais nisso. Mas agora mesmo, penso em fundar um Dia dos Enamorados.
Qual seria a melhor data? Ontem ou amanhã?


marco/12.06.2009.

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