domingo, 29 de novembro de 2009


MINHA ALMA CANTA

minha palavra cata uma ínfima notícia em uma partícula de suor dentro de um teu poro, suspira essa umidade e sublima o que seria a emoção. minha palavra se escalavra querendo ser íntima daquele teu mais secreto acontecimento, aquele que você sentiu mas somente deixou uma pista e não um poema concreto, nada de manchete no jornal. minha palavra vibra ter uma unidade com você: sabendo da insuportável insegurança da separação e do inevitável alívio de estar só. minha palavra cunha a unha e dente justiças, vinganças, bonanças, e mil outras coisas castiças ou malgradas, salga os chãos, nubla os éteres, depois almalgama todas as sílabas nascidas do destemperamento e cria enfim uma nova expressão de cores, luzes, sabores, cheiros, toques, paladares: minha palavra irá te encontrar sempre e sempre, não importa em que fresta minúscula, em que caverna oculta abaixo do nível do mar, não se esgota a sanha e a façanha de rever e recriar e refazer e reir e revoltar. minha palavra é meu sétimo selo. quando te penso sei o todo, o princípio e o fim do novelo. minha palavra é alma quando te toma para mim, quando a vida é um extremoso sim.
marco/29.11.2009.

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