sexta-feira, 17 de julho de 2009

DO MEU CORAÇÃO À TUA MORADIA

Lembrei de um samba antigo que diz:
Tristeza/por favor vá embora/minha alma que chora/está vendo o meu fim/fez do meu coração a sua moradia/já é demais o meu penar/quero voltar àquela vida de alegria/quero de novo cantar:/Láláiálá Láiáláiáláiála Láiáláiáláiála...

É porque o amor é também e muitas e muitas vezes, muita alegria. E até felicidade.

Mais gostoso do que coçar bicho de pé, o amor, às vezes, é mais fantástico do que o milésimo gol de Pelé, mais glorioso do que ouvir Batatinha cantando um samba novo com Baden Powell acompanhando ao violão e ainda o distinto sambando de sapatos brancos pra gente ver. O amor pode ser mais furioso do que Antonio Carlos Magalhães estapeando uma moça em plena entrada do Clube Bahiano de Tênis por ela ter gritado: ladrão! O amor pode ser mais curioso do que ver, e fazer que não se viu, um beijo de Paulinho da Viola em sua Lila, no camarim.
Mas voltando ao abstrato e às coisas e fatos que ainda não vi, mesmo assim sei que o amor é capaz, rapaz, de reter e expandir uma tal alegria e felicidade que só mesmo um deus, se eu acreditasse neles, seria o senhor do poder de animar criaturas e seres. Sei que sou, humilde mas não modestamente, somente um senhor que escreve essas linhas e prefere ser frango de abatedouro a ser galo de rinha; ser só ouvidor e não alto falante das gentes que não sabem, bem, se choram ou se riem.
Enfim, sem fim, quero é dizer que um grande samba me salva o dia, me alegra e felicita. Mas que no fim da noite, cabeça no travesseiro, ainda a ausência da tua pessoa me magoa e me contamina.

Quero de novo cantar!


"Tristeza" (Haroldo Lobo/Niltinho Tristeza)

marco/14.07.2009.

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