segunda-feira, 11 de maio de 2009


CUSTO E BENEFÍCIO / CUSTA E BENEFICIA


Olho no olho tá difícil até
de conversar com meus espelhos,
com os focos das lentes de meus óculos,
com meu tímido umbigo,
com os meus grisalhos pentelhos.
Mas a vida segue, simples e complexa,
d’hoje e d’antanhos;
minha íris olha só o pires branco
não o teu olho verde;
mas a vida serve: de coisa alguma
ou de nada um pouco,
de porra nenhuma ou de coisa pouca,
de sério sujeito ou de louca porra.
Mas a chuva seca e a torrente jorra;
folha que floresce quando a raiz podra.
Justo que maduro o amor se ignora,
só porque perdeu causa e consciência,
então esqueceu porta e moratória,
sem ter paciência, pena e lenimento, sem rever memória.
Mas a chuva torna e a corrente medra;
folha que esverdeia quando a raiz torra.
Justo que adulto o amor não adora,
só porque venceu data e permanência,
então pereceu por não mais história,
sem ter mais ciência, clima e alimento, segue sem vitória.

E a vida segue mas tá difícil costurar meus artifícios de amar.
Olho no olho eu te digo
– embora seja sempre seqüela a sequência bela de te olhar:
Felicidade eu não vivo mas tão infeliz eu não estou.
E nem sei o que prefiro:
Se quero ser um vivomorto ou o morto vivo que sou.
E tudo é custa do amor, e tudo questão de dúvida .
Quem não amou de paixão, quem não chorou suas dívidas?




m. 06/05/2009

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