domingo, 4 de outubro de 2009

QUANDO

quando se inaugura em mim, o amor se faz sempre surpresa: quando não é à primeira vista é porque se disfarça do feliz, hesita na esquina, mas não sem deixar uma pista de para aonde foi, de quando deve voltar, de onde se é acessível de achar.
e é tudo ludo, jogo do possível na mão do imponderável: como hoje escrevo minha obra, sem serventes nem escravos.
mas inauguração que não seja de totem, de esfinge, de bustos de cobre, de obeliscos sem me decifrem; toda estréia em meu coração é benvinda, seja ela obra de ficção ou realmente o amor que me visita.
conte os laços e não faça fita, vem e me acresce, teste os limites, no tanto a dor, no quanto acredita, se pode doer ou ser uma felicidade infinita enquanto dure, enquanto cure o último amor e perdure tão tanto que se faça não primeiro mas único, mais um cisco no meu já sitiado coração ou mais um sítio a ser congregado ao meu íntimo.
quando o amor se inaugura em mim eu amo o perjúrio, aquela razão de quando eu cantei e disse: "não quero mais amar a ninguém, não fui feliz, o destino não quis".... não, não é mais o meu augúrio.

marco/26.09.2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário