quarta-feira, 18 de novembro de 2009


Bilhete arrancado de uma agenda do ano 2000

Após uma linda noite de show de música e autógrafos de novos livros, encontro o velho amigo, protagonista, num canto recolhido do camarim: O que foi, não foi bom, o que é que houve ou deixou de haver? E ele me diz: Tudo perfeito, tudo ótimo, até demais, só estou aqui choramingando porque, nessa altura do campeonato da vida é imensamente gratificante mais uma vitória mas é definitivamente cruel não ter com quem a dividir.

 Pois é, amigo velho, me sinto hoje assim. Qualquer coisa boa, qualquer lembrança, história, ilusão à tõa, pressentimentos, não tenho ninguém com quem partilhar. Nem o mais novo poema ou letra de música ou o último broto daquela samambaia mais antiga. Não pelos amigos, que ora são muitos, outras horas raros; não pelos familiares que no meu caso são dois; não pelo público que varia, você sabe, de belas borboletas a moscas varejeiras.


Não, o que é realmente difícil é não ter com quem fazer guerra ou chorar no mesmo travesseiro.


marco/18.11.2009.

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