domingo, 3 de janeiro de 2010


POEMA DO ANO DEZ

que o novo ano
seja um ovo

chocante.

verde, azul ou rosa,

como aqueles dos bares

das rodoviárias.

mas que seja também

um torso

constante

verde e rosa ou azul

e que ele te leve

longe das barbáries,

das intempéries e

das políticas que não tem

amor como raiz.

que o novo calendário

seja um ideário

que possa se realizar;

que o seu amor
seja possível de amar;
que esses mais outros dias
sejam de se rever

aquilo que se recusou
a reconstruir.

que a gente possa ter
um estojo

onde guarde grafite, tinta e borracha
e saiba gravar o que é sempre,

o que é provisório,

o que é definitivamente

agradável ou nojo,

imprescindível ou descarte.

que a gente,

toda gente,
possa ver a luz do próximo dia
sem maldizer

mais um dia que nasceu.

que a gente
quando for fazer mais gente

que saiba que isso

inclui: amor, paz, carinho, zelo e

sustentabilidade.


quero dizer: não adianta
eu morrer por você,

eu parir alguém,

sem necessidade.

quero dizer:
que o novo ano

seja um ano novo,

um ovo
de colombo.

marco.2009/2010.

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