sábado, 20 de fevereiro de 2010


SINCERAMENTE

eu queria que você vivesse mais. sinceramente. acho que a gente ainda poderia conversar mais, cantar mais outras boas novas canções que nos vem ao ouvido, talvez mais uns carinhos de olhos sem saudade. quanto tempo a gente não se via? sinceramente, me lembro mais dos primeiros dias que dos últimos tempos. talvez porque possam ter sido mais felizes ou porque minha memória já não seja mais a mesma. é sim, não é mais a mesma. nem a nossa beleza da adolescência, nem os sonhos da meia idade, nem mesmo a resignação da maturidade. talvez somente seja o mesmo algum sabor de um beijo. mas sinceramente, e sabendo que mesmo a pessoa mais sincera mente, eu só queria que você vivesse mais. em mim. mas a morte é uma flor. sempreviva. e o amor, o amor é esse designo de mariposa a se debater contra as vidraças, derreter as asas de ícaro nas chamas, fado que às vezes chamo de enfado. sinceramente, como sobrevivente, eu só queria que você vivesse mais um pouco. um tanto para beber mais umas cervejas, descobrir como é um tal pé de cerejas, suar, chorar, gargalhar, sem olhos de saudade, eu só queria que você não me tivesse feito surpresa.


marco/20.02.2010.

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