sábado, 26 de setembro de 2009

ECLIPSE

Alguémquem me roçou as fronteiras, retintas cercas farpadas, remissas muralhas varejeiras, meus limites extremos de domingos a segundas-feiras, me tocou com plumas de asas de anjo, com rebites de asas de airbus. Alguémquem que eu não previamente queria, não adivinharia que viesse aqui. Mas o fato é que deu-se este acidente e por ora penso em aquilatar pormenores, possíveis prejuízos, volúveis vantagens.
Eumesmoeu não reconheço Alguémquem. Mas sei que esse sopro de estar, este marzipã de presença, aquele leve arrepiar na minha pele, agora se mostra em marca precisa: não era um querubim, não foi um avião, nem a pomba da paz aterrisou em meu vôo solo.
Foi a tua sombra, encantadamente, que ainda desliza sobre mim, me desvendou e encobriu, e depois se foi: para os seus devidos fins.


marco/21/09/2009.

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