quarta-feira, 12 de agosto de 2009

COISA QUE NÃO FALECE

te amar não é trabalho fácil.
muito pelo contrário, é um labor árduo.
por isso, ardo, cintilo, fluorescenço, braso, fógo por este amor.
te amar, moça, não é um colosso. é duro de roer. é infiltrar a rima o quanto posso.
é mostrar as gengivas enquanto choro, sublimar as águas mais límpidas daquele antigo poço.

te amar é tudo que o meu amor possue.

o que eu tenho e o que eu devo – fazer – o dever e o haver, e o que eu quero que continue....
te amar não é conversa à tõa.
nem gravidez que enjôa.
muito pelo desejo, muito péla meu couro essa gravidade recaindo em cada poro, em cada osso. roçando o que eu vejo sempre estará aquele teu antigo esboço.

quando.
e um gerúndio insano.
e um gerânio num jardim ora repleto de mal-me-queres ainda moços.
te amar é assassinar em série todos os teus ouvidos moucos.

no todo, no rodo, te amar é intempérie.



marco/12.08.2009.

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